Dilma Rousseff Saúda a Mandioca do Zé Bonitinho

Há textos que escrevo e dos quais gosto muito; fico a admirá-los, a relê-los, a lambê-los feito vaca à cria. Imodestamente, considero que, às vezes, opero verdadeiros milagres com os meus parcos e porcos recursos literários e meus limitados conhecimento e domínio da última flor do Lácio, inculta e bela.
Há, no entanto, muitas vezes, assuntos sobre os quais eu gostaria de escrever aqui no blog - comentá-los, formatá-los a la Marreta (não gosto de simplesmente copiar e colar um artigo ou uma reportagem; gosto de dar minha cara aos textos que aqui publico, aos textos e a tapa), colocá-los sob a óptica distorcida da minha ironia, tornar uma situação ainda mais ridícula e risível, ainda mais absurda do que a realidade a fez -, mas que acabo deixando passar, por pura falta de competência com a caneta.
O assunto dessa postagem é um desses casos. Frente a ele, à sua surreal realidade, declaro-me totalmente incapaz de marretá-lo. Ele já é de um absurdo irretocável. É o discurso proferido pela presidanta Dilma Roussef na abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. É a Olímpiada da Tanga, do Tacape, da Piroga e do Cochilo na Rede, que ninguém é de ferro.
Só posso dizer que é um daqueles raros casos em que o aprendiz supera o mestre. O ex-presidente Lula, que ficou famoso pelos seus pronunciamentos estapafúrdios e por suas metáforas esdrúxulas, acaba de perder sua coroa, Dilma o suplantou, deixou-o a comer poeira. O mestre deve estar orgulhoso, ou roendo-se de inveja.
O discurso teve seus dez minutos iniciais, de um total de aproximados vinte e três, gastos com agradecimentos a políticos e lideranças em geral, tudo escrito direitinho pelos assessores, tudo nos conformes. Da metade para a frente, Dilma Rousseff se empolgou e resolveu andar com as próprias pernas, resolveu improvisar. Deu-se a desgraça.
Destaco a seguir alguns trechos do discurso da presidanta, aqueles que considero os mais inspirados. Morra de inveja, Martin Luther King. Revire-se no caixão, Padre Antônio Vieira.

"Eu acredito que é necessário que nós tenhamos muito orgulho da formação histórica deste país, para além do fato que cada povo indígena representa uma cultura especial, nós temos de ter um imenso orgulho de, na composição da nação brasileira, nós sermos uma mistura de várias etnias. E aqui, hoje, nós estamos saudando uma delas: nós estamos saudando a etnia indígena, que trouxe para nós não só - como disse aqui, muito bem, a nossa vice-governadora, representando o governador -, o sabor dos nomes que estão em todas as nossas cidades, de fato, mas também eu queria saudar, porque nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação. E aqui nós temos uma, como também os índios e os indígenas americanos têm a dele, nós temos a mandioca. E aqui nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil."

Os índios e os indígenas? Yes, nós temos mandioca, mandioca pra dar e vender, mandioca, menina, tem vitamina, mandioca engorda e faz crescer. Saudando a mandioca? Pãããta que o pariu!!!! Valha-me São Zé Bonitinho! Uma das maiores conquistas do Brasil? A mandioca, uma conquista. Genial.
Homenagem prestada à mandioca, Dilma, que durante todo o discurso ficou a segurar uma bola tosca e primitiva, feita de folhas de bananeira, usada por nativos da Nova Zelândia, resolveu também fazer sua ode à pelota, uma vez que Chefe de Estado do país do futebol.

"Eu tenho certeza, e aqui eu queria mostrar o que é a nossa relação antiga com o esporte. Aqui tem uma bola que eu passei o tempo inteiro testando. É uma bola que é uma bola que o Terena me presenteou e que eu vou levar - e ela vai durar o tempo que for necessário -, e ela vem de longe, ela vem da Nova Zelândia. E é uma bola que eu acho que é um exemplo, ela é extremamente leve. Eu já testei e ela quica. Eu testei, eu fiz assim uma embaixadinha, minto, uma meia embaixadinha. Bom, mas eu acho que a importância da bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como.. nós somos do gênero humano, da espécie Sapiens. Somos aqueles que têm a capacidade de jogar, de brincar. Porque jogar é isso aqui: o importante não é ganhar e, sim celebrar. Isso que é a capacidade humana, lúdica, de ter uma atividade cujo o fim é ele mesmo, a própria atividade.
Então, o esporte tem essa condição, essa benção. Ele é um fim em si e daí porque não é ganhar, é celebrar, é participar dos jogos indígenas. É participar celebrando o que significa essa atividade que caracteriza primeiro as crianças. Atividade lúdica de brincar, atividade lúdica de ser capaz de jogar.
Então, para mim essa bola é um símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em Homo sapiens ou “mulheres sapiens”.

Uma bola que é uma bola? Chamem o Quico do Chaves e sua bola quadrada!!! E os evolucionistas estão em polvorosa, estão a rever e a revirar seus estudos, compêndios e anotações : foi a bola que nos tirou de cima das árvores, que nos amputou o rabo e nos deu alforria das cavernas. Maldigam Darwin! Rasguem A Evolução das Espécies. Mulheres Sapiens? Com certeza, não é o caso dela, de Dilma Rousseff. Primeiro, presidenta; agora, mulheres sapiens. Valha-me, Tupã!!! Falando sério, ô, mulherzinha ridícula, essa Dilma Rousseff. Como sabiamente disse o Jotabê, do blog Blogson Crusoe : "Essa necessidade de afirmação da igualdade de gêneros (presidenta, mulheres sapiens) não apenas beira o, mas atola no ridículo. Só faltou falar que homo sapiens significa gay sabichão (ou, melhor ainda, sabichona)". Sabichona, sábio bichona! Jotabê é o rei do trocadilho!

"É um momento histórico, porque mais de dois mil atletas, para nós brasileiros, mais de dois mil atletas indígenas vão participar. E aí eu quero dizer que vocês têm uma tradição de bons atletas, os guerreiros. Os guerreiros que aqui me contaram a corrida da tora e eu estou impressionada. Eu de fato não tenho a menor condição de participar de uma corrida da tora."

A corrida da tora é a indiarada correndo pelada! É pau-brasil pra tudo quanto é lado. Primeiro, louva a mandioca, depois diz que não tem condição de encarar uma maratona de tora? Quanta modéstia, presidanta... Pois eu tenho. Se alguém colocar uma tora vindo atrás de mim, eu corro mais que o Flash, mais que o Forrest Gump.
A Dilma tava muito doida! Fosse o Lula, a explicação seria das mais fáceis : o nove dedos tava com a cara cheia de cauim, uma aguardente indígena fermentada a partir da tão elogiada mandioca. Mas nem o cauim explica tamanho amontoado de sandices. Acho que a Dilma tomou foi uma boa talagada do Santo Daime.
Dilma Rousseff e a bola que é uma bola, a responsável pela nossa evolução a Homos e Mulheres Sapiens.
Se alguém se interessar pelo discurso na íntegra, é só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO.

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7 Comentários

  1. Está na cara (literalmente) que ela não tem como fazer uma corrida da tora: é a tora que foge dela. Agora, mulher sapiens é demais! Essa necessidade de afirmação da igualdade de gêneros (presidenta, mulheres sapiens) não apenas beira o, mas atola no ridículo. Só faltou falar que homo sapiens significa gay sabichão (ou, melhor ainda, sabichona).

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    1. Rapaz, sa"bichona" foi genial! Você realmente é o rei dos trocadilhos!!! Gostei tanto que vou até incorporar seu comentário na postagem, com os devidos créditos, é claro!!!

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  2. A propaganda do Blogson é bem vinda, mas o comentário de que eu sou o "rei dos trocadilhos", sei não... O que eu tenho é uma visão distorcida das coisas. Acho que eu tenho a "terceira visão", aquela que ilustrava os livros do Lobsang Rampa (o olho de que estou falando é o da testa, tá legal?). Por isso, a propósito do elogio, só posso dizer: menos, Marreta, menos!

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  3. Ele tá querendo te comer.

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    1. Ha! Ha! Ha! Ha! O Blogson não vai gostar de saber disso!!!!

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    2. Veja você, Marreta, a gente tenta ter uma conversa culta (só cultura inútil!) e civilizada e surge do nada um anônimo mais invisível e mais espaçoso que peido, só para encher o saco! Olha o cara, meu! Tive um colega que dizia, lembrando o Aquiles da mitologia, que seus calcanhares estavam bem protegidos. No meu caso, não só os calcanhares estão protegidos.Eu sou 100% blindado.! Além do mais, até "minha porção mulher que até então se resguardara" é lésbica!


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    3. Pois é, Jotabê, internet é foda! Acho que pode ser aquele ex-boiola que volta e meia comenta por aqui. Mas deixe estar...
      E muito boa a citação do trecho da canção Super-Homem, do Gil, uma das que mais gosto dele.

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