Para Não Dizer Que Não Falei das Tetas

Tenho grande simpatia pelo considerado antipático e arrogante povo argentino. Digo "considerado" porque não concordo com tal pecha. Considerado antipático e arrogante por quem?, é necessário antes saber, antes de bater tal carimbo.
Pelo brasileiro, é claro. Povinho subaculturado, que tem na inveja e na maledicência suas únicas defesas contra o que lhe é inequivocamente superior, uma vez que estudar e trabalhar duro para se equiparar ao seu objeto de inveja não está nem nunca esteve em seus planos, mais fácil caluniá-lo. Tão fácil quanto ineficiente.
O argentino não é antipático nem arrogante : ele simplesmente não faz questão - aliás, nenhuma - de esconder sua superioridade, ele tão-somente não se faz de falso modesto, não dá uma de humilde, de demagogo, que é do que o brasileiro gosta, que alguém melhor que ele diga que todos são iguais, que pague uma cachaça pra ele e diga que todos são filhos de Deus.
A exemplos irrefutáveis do que falo : a Argentina já foi laureada com 5 prêmios Nobel - dois da Paz, dois de Medicina (simplesmente a técnica do marca-passo) e um de Química. O ônibus, a caneta esferográfica, o sistema de impressão digital são inventos argentinos. A Argentina já ganhou dois Oscars. Segundo o site Portal Aprendiz, há mais livrarias na cidade de Buenos Aires que no Brasil inteiro (note-se que a capital portenha conta com 4 milhões de habitantes; o Brasil, com 200 milhões), há uma enorme indústria de pirataria de livros na Argentina, lá eles pirateiam livros, meus caros, Jorge Luis Borges, Gabriel García Márquez etc; no Brasil, pirateia-se sertanejo universitário.
Sempre na contramão do brasileiro, eu, como já disse, simpatizo por demais com o povo argentino. Tanto que até pelas hermanas suvacudas e muxibentas, pelas feministas argentinas, eu guardo as mais favoráveis impressões.
As feministas argentinas não ficam, por exemplo, querendo proibir propaganda de cerveja, ou de lingerie, protagonizada por gostosas, valendo-se daquela velha e batida lenga-lenga de que a publicidade objetifica o corpo da mulher - a publicidade, ora porra, objetifica a tudo e a todos, mulher, homem, criança, cachorro -, ou dizendo que elas, suvacudas e muxibentas, não se reconhecem na gostosa da propaganda, que aquela deliciosa suculenta não as representa - ora porra, é claro que não se reconhecem na biquinuda, tetuda e rabuda da cerveja, é óbvio.
E nem poderiam : feminista, seja ela brasileira, argentina, russa, chinesa, francesa, tibetana ou marciana, é tudo um bando de barangas de dar pena, que jamais seriam chamadas sequer para fazer propaganda da cachaça Pitu; dai a inveja, daí o ranço. Só estando em um estado de total delírio e alucinação é que uma feminista poderia se reconhecer numa modelo de comercial de cerveja.
O anacrônico e patético movimento feminista diz representar todas as mulheres, mas isso não é verdade. A feminista olha apenas para o seu próprio umbigo - isso quando a teta caída não o está tampando; se a ela algo não serve ou não diz respeito, ela diz que aquilo ofende e deprecia todo o mulherio. Duvido que a Juliana Paes, a ex-BOA da cerveja Antarctica não se reconheça na Aline Riscado, a atual Verão da cerveja Itaipava e vice-versa.
Mas as argentinas não estão nem aí para isso, não ficam de mi-mi-mi, não perdem seu tempo com superficialidades. Las hermanas greludas não fazem rodeios nem ficam de prolegômenos, vão direto ao assunto, querem somente o que lhes é básico e inalienável : querem mostrar e bronzear as tetas - las tetitas e los tetones - livremente pelas praias argentinas, sem censura ou repressão.
Querem direito mais nobre, intrínseco e inextirpável que mostrar as tetas?
Os movimentos em prol do topless são a nova moda do verão argentino. Os tetazos, como ficaram conhecidos, começaram nas cidades litorâneas, foram ganhando volume e adeptas por outras regiões do platino país e desembocaram numa grande passeata de tetas em frente ao famoso Obelisco, principal monumento do país, localizado no centro de Buenos Aires.
Pois é, meu amigo, lá na Argentina não tem essas porras de panelaço, de beijaço, de abraçaço e o escambau. Lá tem é tetaço!!! Tetaço, meu amigo! Dá pra não simpatizar com um povo desse, portador de tanta consciência cívica e patriótica?
Os tetazos tiveram início como um protesto contra a polícia do balneário de Necochea, que, no início desse mês, exigiu que três mulheres cobrissem seus corpos porque sua exibição se tratava de uma contravenção e que alguns frequentadores da praia se diziam “assediados” pelo gesto das moças.
Mas, hoje, ninguém mais se lembra, ou quer saber, como se originaram os tetazos; hoje, todas querem é mostrar as tetas. Na praia, no campo, na cidade, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapé.
Abaixo, algumas imagens do tetazo em Buenos Aires, ocorrido no dia 7 desse mês.
Na primeira, um dos cartazes diz : Tetas, nosotras decidimos. E ainda a sigla MST. Movimento das sem-teta? Ao fundo, o emblemático e fálico Obelisco, em riste e ereto. Por causa do tetazo, ou apesar dele? Eis a questão.
Nas duas seguintes, a barangada em festa, pois, finalmente, tem alguém olhando para as suas tetas.

Claro que não podia faltar a plateia masculina para prestigiar o flácido evento, todo mundo filmando e tirando fotos. Todos usando o pau de selfie, é claro.
E, como não podia deixar de ser, sempre tem alguma bichinha infiltrada e camuflada no meio, tentando abiscoitar uma rola.
 Pãããããããta que o pariu!!!

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2 Comentários

  1. O filme Dirty Dancing completa 30 anos em 2017; fale-nos desse filme, os impactos que ele causou em sua vida, a performance de Patrick Swayze e Jennifer Grey e as músicas românticas que marcaram toda uma época

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    1. o que o seu comentário tem a ver com essa postagem?
      De qualquer forma, eu nunca vi esta merda. Detesto musicais e músicas estrangeiras.
      Eu, ter minha vida impactada pelo Patrick Swayze? Tá de sacanagem, né?

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