Se Tem Coisa Que Não Presta é o Tal do Eleitor

É tempo de eleições municipais! Temporada de caça ao voto, ao couro e ao cu do eleitor! Tempo de figuras que só podem ter conseguido indulto do inferno, ou subornado o Cérbero e o Belzebu, para concorrerem a uma cadeira na Câmara Municipal. Período de cio, acasalamento e reprodução de picaretas como - só para citar a minha provinciana e escrota Ribeirão Preto - Foguim, Marmita, Adriana da Locadora, Drica do Mercadinho, Adriana Jorge Diabetes e Você, Zika, Almir da Van, Giló, Toninho Minhoca, Cidinha Alto Astral, Maurílio Alves 'o Funileiro', Gaiola, Gordinho da Saveiro, Carlos Burro, Reginaldo Jurado, Roberto Enfermeiro, Ditão da Placas, Faísca, Helena Protetora de Animais, HevelinClair#GeraçãoMudança, Bigode Andrade,  Moro (yes, nós temos Moro), Cristiane do Trenzinho, Fritz do Espetinho, Danone, Coruja, Juca Bala, Chaveirinho, Help, Cigano Cacareco etc etc.
Sem contar o enorme contigente de professores (a enorme massa de mestres, preocupadíssimos com a educação, que estão afoitos para trocar o giz pelo Jeton) e também de cabelereiros (fiquei surpreso em minha pesquisa) que se arriscam à vereança. Que isso é o que mais há em Ribeirão : encostados e pederastas.
É tempo de eleições municipais! Todo cuidado é pouco, caro amigo eleitor. Político que é politico não cumpre promessa nem feita ao santo. Nem à Nossa Senhora. Nem ao padre que comeu o cu dele quando ele era criança. Que dirá à você, incauto votante?
Mas e a contrapartida? E o reverso da  medalha? Será que o eleitor é um ser tão dotado de honestidade e lisura quanto o candidato é opostamente canalha e picareta? Será que é só o político que não cumpre com as promessas feitas em tempo de campanha? O eleitor, será que as honra?
Será que o eleitor que teve a conta de luz atrasada paga pelo candidato, que ganhou um butijão de gás, uma cesta básica, um saco de cimento para o seu puxadinho, uma dentadura, uma cachacinha e um tira-gosto no boteco do João Arranca-Pregas (que, por sinal, também é candidato), cuja filharada foi toda carregada no colo e beijada pelo aspirante a edil, será que esse cumpriu com sua promessa de voto?
Será que o candidato que faz favores ao seu potencial eleitorado também não é traído nas urnas? Como fica o cara que bajulou e aturou o povão ignorante e desdentado e não teve a sua justa recompensa? Como fica o cara que investiu em compra de votos e não os recebeu?
Sim, caro amigo leitor do Marreta. O eleitor é tão desonesto quanto o candidato, ele também promete e não cumpre com seu compromisso quando está lá sozinho, no indevassável da urna.
Para defender o candidato traído pelo povo, ele, o Dicró, um dos últimos legítimos malandros. Ele, Dicró, na sua picaresca, impagável e genial canção O Político, toma as dores do candidato que fez de tudo por sua comunidade e só recebeu em troca a ingratidão. Traidor, diz Dicró, se tem coisa que não presta é o tal do eleitor!
A música faz parte do álbum Os Três Malandros In Concert, que reuniu a nata da malandragem, aquela da qual nos fala o Chico Buarque (esse malandro federal, mancomunado com o PT) em sua Homenagem ao Malandro; provando-nos, o Chico, que, muitas vezes, um grande talento não é acompanhado por um caráter à altura.
Cuidado, pois, Professor Sandrão, meu velho amigo de ofício e de copo. Leia a letra e escute a canção, e não se iluda com tapinhas nas costas e com promessas de votos de bêbados. Falando nisso, será que rola um engradado de subzero? Do litrão?

O Político
(Dicró)
(povo da minha terra, na hora que eu mais precisei de vocês, vocês me trairam, mas não tem nada, não, eu volto)
Dei cimento, dei tijolo
Dei areia e vergalhão
Subi morro, fui em favela
Carreguei nenê chorão
Dei cachaça, tira-gosto
E dinheiro de montão
E mesmo assim perdi a eleição.

Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor

Prometi a minha nega que ia ser a primeira dama
Porém quando eu perdi, ela perdeu ate a cama
E achei o meu retrato no banheiro da central
Vou da um coro no meu cabo eleitoral

Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor

Hoje eu tenho meus motivos, para estar injuriado
Porque eu só tive um voto e mesmo assim foi anulado
Só tem gente canalha, como tem gente ruim
Nem a minha mãe votou em mim

Ô mamãe eu me admiro a senhora
Se meus inimigos não votarem em mim tudo bem
Mas a senhora que depende de mim, não votar é sacanagem
Eu hein...
Os eleitores que não te conhecem, não votaram
Eu que te conheço vou votar? Ah! To fora... 

Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor

Para ouvir a música, é só votar aqui, no meu poderoso MARRETÃO

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