Acharam o Dedo do Lula

Não sei se já escrevi alguma vez, ou se só pensei em escrever e depois me escapou, como acontece com 90% do que penso em registrar aqui, mas considero de fato o ex-presidente Lula o representante maior da esquerda brasileira, a sua imagem mais fidedigna. Ele e a sua mão esquerda a faltar o dedo mindinho são emblemáticos, simbolizam a esquerda aleijada, canhestra e inconsistente do país. Aliás, ainda existe alguma esquerda consistente em algum lugar do planeta? Existiu algum dia?
A mão de quatro dedos de Lula - igual às dos personagens da Disney e dos Simpsons - é originária de um acidente sofrido em 1963, quando ele trabalhava - sim, parece que Lula já trabalhou um dia - como torneiro mecânico na Metalúrgica Independência, de São Bernardo do Campo.
Dizem, inclusive, não sei se procede ou não, que o tal acidente teria sido proposital, como forma de obter uma aposentadoria precoce, por invalidez, para mamar nas tetas do INSS desde cedo. Verdade ou não, o caso é que antigamente - já ouvi muitas histórias dos idosos em minha época de criança - essa era uma prática muito comum entre os operários de certas áreas : um dedo perdido em troca dos anos e anos que ainda teriam que trabalhar pesado, em ambientes e condições precárias e exaustivas de trabalho. Trinta anos suando feito um porco e cheirando a graxa, trinta anos submetido aos barulhos literalmente ensurdecedores das máquinas, trinta anos batendo cartão de ponto, pegando ônibus lotado e comendo de marmita. Trinta anos abreviados para uma fração de segundo, o tempo que leva para se perder um dedo no torno. Pensando bem, não é escambos dos piores, ainda mais o dedo mínimo da mão esquerda, o mindinho só serve, quando serve, para coçar o ouvido e limpar o nariz, não faz grandes faltas.
Ano do Senhor de Um Mil Novecentos e Sessenta e Três : esse que vos fala, e que hoje já sente o peso da idade, nem era nascido, eu estava ainda na fila da reencarnação, tentando ir para o fim dela, e o companheiro Lula já era aposentado, já estava com tempo livre para fazer suas greves.
De qualquer forma, o mítico dedo do companheiro metalúrgico foi encontrado, ou, pelo menos, teve seu destino descoberto. O arqueólogo, digamos assim, que desvelou tal mistério histórico foi, e nem podia deixar de ser, um médico, uma médica, na verdade.
Ela revelou sua descoberta em uma das manifestações da classe médica contra a "importação" de médicos cubanos para trabalhar no sistema público de saúde brasileiro. Eu também sou contra mais essa palhaçada dos vermelhoides do Planalto. Médicos cubanos para quê? 
Que tal investir mais na formação de nossos médicos e na melhoria dos hospitais? Que tal pagar um salário decente para os médicos, vencimentos que os livrem de ter que, muitas vezes, trabalhar em vários hospitais, de dobrar, triplicar turnos e, assim, serem forçados a oferecer um atendimento de baixa qualidade? Nem sempre a competência encontra ambiente adequado para se manifestar, e aí culpa-se o profissional, quando deveria ser responsabilizado o Estado que não lhe proporciona as condições mínimas de trabalho.
Ainda mais que esses médicos cubanos simplesmente chegariam aqui e começariam de pronto a exercer seu ofício, sem passarem por nenhuma prova que ateste suas competências, sem nenhum crivo seletivo, a não ser o fato de serem cubanos. Será algum tipo convênio entre o tio Fidel Castro e os mal-acabados ditadores sul-americanos, Lula, Dilma, Morales etc? Dívidas da época em que os da esquerda brasileira iam para Cuba receber treinamento paramilitar e, com ele, assaltar bancos, sequestrar embaixadores, tramar assassinatos e tentar instalar a ditadura do proletariado em nossas terras varonis?
Mas voltando, a médica manifestante em questão ergueu seu cartaz e revelou o destino do dedo perdido do companheiro ex-presidente.
 Há, há, há, há!!! Genial! E óbvio! O dedo do Lula está enfiado no cu do povo brasileiro, atolado no fiofó da nação. Por que ninguém nunca pensou em antes procurá-lo em tão íntimo e cívico orifício? Não é de hoje que todos sentimos um incômodo na região das pregas, um desconforto de origem indefinida. Indefinida até agora : é o dedo do Lula, enfiado até o talo no cu dos verdadeiros trabalhadores, dos que têm suas mãos com cinco dedos.
Pronto. A manifestação da bonita médica foi o que bastou para revoltar a frustrada, anacrônica e reacionária esquerda brasileira. No começo, perguntei se ainda existe esquerda em algum lugar do mundo. Pois ela existe, não no mundo real, mas sim no virtual, na blogosfera.
Eu nem fazia ideia da quantidade de sites e blogs esquerdistas que há. Numa fuçada rápida de alguns minutos, o quanto meu estômago aguentou sem dar mostras de querer expelir em jatos de vômito a minha suada cerveja de cada dia, achei uma infinidade deles. Todos revoltadíssimos com a moça acima e com outras belas médicas a protestarem contra os cubanos.
Falar mal de cubanos é a morte para os esquerdistas, digam mal de suas mães, mas não dos cubanos.
O blog "Justiceira de Esquerda" colocou os seguintes dizeres sob a foto da moça : "O povo brasileiro quer saber quem é esta profissional que desconhece a ética média e zomba do infortúnio alheio. Esta figura não pode praticar a medicina. Qual o nome dela? Onde trabalha?"
Olha, eu fiquei até com medo pela moça depois que li a legenda sob a foto. Qual o nome dela? Onde trabalha? Isso é que é gana de esganar alguém. Patrulhamento ideológico digno do 1984, de George Orwell.
Se descobrem, vão levantar suas bandeiras vermelhas em frente ao local de trabalho da moça, quem sabe até de sua residência. Não pode praticar a medicina? Quem determina isso? Um bando de marxistas de botequim? E a que infortúnio alheio se referem, ao dedo perdido em prol da aposentadoria?
E o nome do blog, então? Justiceira da Esquerda. Querem coisa mais de direita? Querem coisa mais xerife do velho oeste, mais juventude hitlerista? Querem demonstração maior de recalque contra pessoas bonitas e bem sucedidas, que estudam e se formam ao invés de ficarem esperando  tudo de mão beijada de um Estado pai e patrão, como se lhes fosse um direito de nascença?
Em outro blog, a beleza e a aparência bem cuidada das médicas foi feita em argumento de quem não tem argumento (necessário dizer, de novo, típico da esquerda invejosa?). Por serem moças bonitas e que bem se apresentam, foram rotuladas de patricinhas, adjetivo ao qual fica subentendido um grave juízo de valor, o de que também são incompetentes. De novo, bem próprio da esquerda, fazer juízo de valores de quem não reza o seu pragmatismo idiota, seu discurso fossilizado, de palanque de século XIX, seu panfletismo de grandes massas acéfalas.
Algum desses blogueiros chegou a dizer que os protestos são porque o preço da bolsa Gucci branca subiu muito. Também não nutro grandes simpatias pelas tais patricinhas, talvez menos simpatia ainda do que quem escreveu isso, uma vez que nem imagino o que seja uma bolsa Gucci, e ele, sim. Suponho que seja um produto considerado dos mais fúteis e supérfluos. E daí? Se a pessoa quer comprar a tal bolsa Gucci com o dinheiro de seu trabalho, qual o problema, o que os bastardos da esquerda têm a ver com isso?
E por que ser vaidoso, querer se mostrar minimamente limpo e bem asseado, classifica automaticamente alguém como patricinha? E incompetente? Quer dizer que médico, ou qualquer outro profissional, confiável e competente é o que se apresenta vestido de jeans desbotado, tênis all star (o preferido dos comunistas), camiseta Hering e barba desgrenhada? Só é "do bem" quem encarna o típico visual esquerdista, tão artificial, de boutique e tão fashion quanto o das patricinhas de Beverly Hills, ou das dos Jardins?
Queriam que as médicas vestissem o quê? Camisetas brancas com a foto do Che Guevara?
A propósito do Che, e já que a ética médica da moça do cartaz foi questionada, ele também foi médico, um que bem professou toda a ética dos vermelhos : matou milhares e ajudou a pôr no poder Fidel Castro, um dos ditadores mais longevos da história da humanidade.
Uma outra blogueira disse que jamais se consultaria ou confiaria em uma médica com tal aparência, que prefere mil vezes os médicos cubanos. Ótimo. Que se mude para Cuba, então. Em definitivo, que fique lá vivendo sob a chibata do tio Fidel, que pegue fila para conseguir sua ração mensal de comida - sim, em Cuba a comida é ração, uma vez que racionada, acabaram seus tantos quilos de arroz, de feijão, farinha etc, acabaram. Não tem mais. Não há dinheiro que os compre. Primeiro porque ninguém lá (salvo a cúpula do poder) tem dinheiro; segundo, porque não os há, os alimentos. Aliás, dizem que, em Cuba, a educação deu certo, o esporte deu certo, a saúde deu certo, só três coisas não deram certo por lá : café, almoço e janta todos os dias.
Que se mude em definitivo para lá, que entre no mercado e não encontre sua marca favorita de sabonete, xampuzinho, papel higiênico, absorventes, bolacha ou o que for, que trabalhe feito escrava e nunca tenha sequer a chance de constituir um patrimônio, que more em uma casa cujo título de propriedade nunca será dela, que viva em um regime de real igualdade entre as pessoas, em um regime no qual um tem o que todos têm, quase nada, que viva em um regime que dividiu igualmente não as riquezas, mas sim a miséria, em terras de Fidel, verdade seja dita, todos são igualmente miseráveis, ou seja, que aproveite a consulta com o médico em Cuba e passe a viver em definitivo sob os auspícios de uma verdadeira ditadura.
A mesma blogueira disse que moças com tal aparência (deve ser um tribufu desgraçado, essa blogueira) jamais seriam capazes de se doarem a causas humanitárias. Para um esquerdista, causa humanitária é o trabalho que outros realizam de graça, de preferência para ele, esquerdista.
Ser médico é uma profissão, não uma missão, não um sacerdócio, eles têm que ser tratados, valorizados e remunerados como profissionais, não como abnegados. Os patrulheiros da esquerda nem conhecem as moças e ficam fazendo de juízo de valor negativo delas. Só porque são bonitinhas e bem tratadas. Qual o problema? Elas são médicas, ou estudantes de medicina, não são freiras nem guerrilheiras masculinizadas de suvaco cabeludo. São profissionais que querem receber justa e dignamente pelo que trabalham.
Que existam os bons samiratanos, eu não tenho nada contra. Nem a favor. E não é a profissão que faz o bom samaritano, ele já nasce assim. Pode ser médico, advogado, professor, eletricista, bancário, feirante, lixeiro, jornalista, e até político, se nasceu bom samaritano, vai dar o seu jeito de se doar voluntarimante a alguma causa. Agora, o voluntariado não pode ser considerado pré-requisito para nenhuma profissão
Patricinhas? O que me dizem, então, porta-bandeiras da foice e do martelo, de sua deusa maior, Dilma Rousseff, que gasta mais de 3 mil reais só para se maquiar a cada pronunciamento em rede nacional, e ainda fica aquela desgraça?
Esquerda de araque, é o que vocês são. Esquerda festiva, é o que vocês são, que ficam arrotando teorias para salvar o mundo com seus copos de whisky na mão. Médico cubano tem que ficar por lá, chega de estrangeiros incapazes por aqui.
E quem garante que sejam realmente médicos, o tio Fidel? E ainda que sejam, quem garante que o objetivo não seja infiltrá-los entre as camadas mais pobres da população e doutriná-las para o comunismo? Preparar lentamente o terreno para a instalação da tão desejada ditadura do proletariado, sonho antigo de Dilma e seus companheiros guerrilheiros?
Fora com os cubanos!!!
Quanto ao nome da moça do cartaz, se alguém souber, me diga, para que o devido destaque lhe seja dado e ela seja eleita a musa do Marreta.

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3 Comentários

  1. Caro autor, parabéns. Agora mesmo ví no noticiário da Globo News que 6 mil médicos Cubanos virão trabalhar no Brasil, até novembro, e já à partir de setembro. O governo vai pagar a cada um o mesmo que aos médicos brasileiros desse malfadado programa, ou seja, 10 mil reais por mês. Amigo, sabe de que forma? vai pagar diretamente ao governo Cubano, que repassará algo aos médicos. Que algo? Quem vai ficar com os 30 a 40% desse dinheiro que normalmente é desviado para e pelos políticos brasileiros, incluindo o vagabundo do Lula? Quem vai cuidar de que esses médicos, se quiserem permanecer no nosso país possam fazê-lo sem ser deportados? Amigo autor, creio que dessa notícia seria muito interessante você escrever um livro inteiro, porque vai dar muito assunto. Um grande abraço. Roque Cezar - Campinas SP

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  2. A propósito, caro autor,comente se seria possível, com essa "importação" de médicos cubanos com pagamento dos seus salários direto ao governo de Cuba,processar os governantes dos dois países na mais alta corte de justiça internacional por "tráfico de escravos cubanos.
    Obrigado, abraços - Roque Cezar

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    1. Obrigado pelos comentários elogiosos. O pior de tudo é que esses cubanos nem médicos de verdade são. Se comparados aos currículos dos cursos de medicina do Brasil, esses cubanos são, no máximo, licenciados em enfermagem.
      Até o Paraguai rejeitou os médicos cubanos pela baixa qualidade de sua formação.
      Se quiser ler sobre, tem mais uma postagem aqui no blog :
      http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2013/07/paraguai-rejeita-medicos-made-in-cuba.html

      E um outro texto escrito por um médico brasileiro, excelente :
      http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=4578

      abraços.

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